quinta-feira, 12 de abril de 2012

Manifesto do feminista (parte 1)


O feminista manifesta o seu amor pelas mulheres todos os dias.

O feminista ama todas as mulheres. Umas mais que as outras.

O feminista ama uma mulher.

O feminista não é um grouppie das mulheres – é um apreciador, um contra-peso, o oponente e o parceiro, aquele que celebra a beleza do que lhe é contrário.

O feminista devora o corpo e cuida do resto.

O feminista cuida do resto com carinhos sem ter fim e algumas qualidades culinárias.

O feminista antecipa as necessidades, prescreve o antídoto para os amuos, também segura forte nos pulsos depois de fazer as pazes.

O feminista não aproveita o ônibus para encostar a mão, não cospe piropos babados, não faz cerco quando as mulheres dançam na pista.

O feminista não força, não enquadra contra a parede, entende com a razão e o instinto quando lhe dizem “não”.

O feminista força, enquadra contra a parede, quando faz parte do jogo.

O feminista pode partir a cara de um homem que levante a mão para uma mulher.

O feminista diz sempre que sim quando uma mulher lhe pede para passar à frente para ir no banheiro dos homens.

O feminista olha, aprecia, mas não persegue.

O feminista deixa bilhetinhos a mulheres em cafés.

O feminista gosta de dar prazer.

O feminista gosta de ter prazer.

O feminista, no que se refere à depilação feminina, segue o aforismo popular: se cabe no biquíni, cabe na minha vida.

O feminista tem fetiche com sapatos de salto.

O feminista abre portas, levanta-se da mesa para cumprimentar, não se importa que vá ela dirigindo, é cavalheiro mas jamais membro de um clube exclusivo para homens.

O feminista não tem afecto pelo Photoshop nem por botox, não se importa com estrias, percebe a atracção das cicatrizes, das marcas, do peito descaído.

O feminista não joga golf, não usa écharpes, não faz juízos.

O feminista não queima soutiãs, desaperta-os sem encalhar no fecho, com a destreza de um joelheiro e a arte de um pianista.

2 comentários:

  1. Ponto final: O feminista não tem necessidade de vangloriar a sua orientação sexual, e muito menos, de espezinhar as orientações sexuais alheias (mas no fundo pode sentir alguma pena ou compaixão pelas pessoas que nunca irão viver a inenarrável sensação de amar uma mulher - e não sabem o que perdem :) )

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