Quando a crise se instala
em Portugal, arrastando uma onda de pessimismo sem fim à vista, um assessor
político com ambições literárias e a cabeça a prémio decide fugir para o
Brasil. Além do medo e do travo amargo do insucesso, leva com ele apenas uma mochila, o
desejo de começar tudo do zero e uma encomenda secreta.
O Rio de Janeiro continua
lindo - e os primeiros dias na cidade, com passeios de bicicleta pelo calçadão,
mergulhos na praia e romances curtos e escaldantes, prometem de facto, uma vida
de sonho. Mas esse idílio é uma ilusão, porque o misterioso embrulho depressa o
lança numa odisseia tropical de contornos perigosos, em busca do terceiro
vértice de um triângulo amoroso.
Determinado, porém, a
cumprir a missão, o aspirante a escritor viajará por casas isoladas na serra,
ilhas desertas e favelas e cruzar-se-á com um curioso universo de expatriados -
terroristas bascos, sobreviventes do Holocausto e emigrantes portugueses, que
procuram agora, como antigamente, uma nova vida no hemisfério sul. E também com
Margot, a mulher que pode mudar a sua vida.
Longe da falência do seu
passado, ele acredita que a aventura carioca pode ser o recomeço que procura, a
história que finalmente dará um livro, a evidência de que, por mais que fuja,
estará sempre preso ao lugar de onde partiu.
Com um ritmo que nos arrasta ao longo das páginas como se
também nós fôssemos personagens e um toque irresistível de pulp fiction, Enquanto
Lisboa Arde, o Rio de Janeiro Pega Fogo é um romance sério e divertido em doses
iguais – e, ainda por cima, de extrema atualidade.
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